A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através da COVISA (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), VISA (Vigilância em Saúde) Leste e Centros de Saúde de Sousas e Joaquim Egídio iniciam, no dia 01 de setembro, o encoleiramento contra a leishmaniose na população canina do Condomínio Colinas do Ermitage, em Sousas. Aproximadamente 230 cães dos 184 imóveis do condomínio receberão gratuitamente a coleira impregnada com deltametrina a 4%, principio ativo repelente e inseticida recomendado pela Organização Mundial da Saúde como umas das ferramentas de controle da doença.
Segundo o responsável pelo CCZ de Campinas, Dr Douglas Presotto, 50 agentes de saúde foram treinados e capacitados por profissionais da SMS e também da MSD Saúde Animal, empresa fabricante da coleira Scalibor®, para fazerem o encoleiramento. “O projeto será feito por 2 anos, com troca da coleira a cada 4 meses. Para termos o controle dos cães, do dia 01 a 03 de setembro, os agentes de saúde farão uma ficha cadastral de cada animal do condomínio, Médicos Veterinários da SMS coletarão amostras de sangue para exame sorológico e farão a microchipagem”, explica.
Em novembro de 2009, Sousas registrou o primeiro caso autóctone (contraído no município) de leishmaniose visceral canina. Apenas no condomínio, em 2009 tiveram 4 casos autóctones; em 2010 foram 10 casos e em 2011 já tem um caso notificado. Apesar dos casos caninos em Campinas, ainda não há registro da doença em humanos. “Desde 2009, o CCZ recomenda o uso da coleira. O problema é que uma parte dos proprietários comprou o produto, mas não fazia a troca periódica. Com isso, resolvemos assumir o encoleiramento dos cães”, enfatiza Presotto.
A leishmaniose é transmitida, principalmente, através da picada de um inseto conhecido popularmente como “mosquito palha”. O cão tem um importante papel na manutenção da doença no ambiente urbano visto que pode permanecer sem sintomas mesmo estando doente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a leishmaniose visceral registra anualmente 500 mil novos casos humanos no mundo com 59 mil óbitos. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% das ocorrências. Na América Latina, ela já foi detectada em 12 países e, destes, cerca de 90%dos casos acontecem no Brasil, onde, em média, 3.800 pessoas são infectadas anualmente.