quarta-feira, 20 de março de 2013

Quando chega o momento do adeus


Para algumas culturas e religiões pode ser mais fácil entender o momento da despedida do que para outras, mas a verdade é que por mais que acreditemos que todos os seres vivos tem seu começo e seu fim, a saudade sempre bate e a tristeza no momento da partida é inconsolável.


A dor de perder um animal de estimação é como a de perder um familiar.


Com nossos animais de estimação, essa dor é ainda pior. Perder um peludinho é como se perdêssemos um familiar. E na verdade é. Um gato ou cachorro em condições normais vive em média 15 a 18 anos. Para nós, este período de vida pode representar um tempo relativamente curto, mas 15 a 18 anos convivendo com um animalzinho, dividindo seus momentos, participando de suas brincadeiras, cuidando de suas necessidade e recebendo tanto amor e carinho, é um longo tempo e nunca estamos preparados para aceitar quando é a hora da despedida.

Parece que instintivamente, nossos peludinhos sabem quando está chegando sua hora e parecem procurar se esconder e se isolarem de nós. Param de comer, ficam quietinhos, o brilho de suas vidinhas parece estar apagando e é quando nosso coração mais se aperta. Alguns animaizinhos chegam inclusive a tentar fugir quando percebem que estão perto de sua morte.

Só quem já perdeu seu pet sabe a dor que é se despedir, e em muitos casos o momento se torna ainda mais dramático quando se deparam com o cruel dilema: sacrificar, ou não?



Animais perto de seu fim podem procurar por esconderijo ou isolamento.


O ato de sacrificar o pet é chamado eutanásia e só pode e deve ser realizado por médicos veterinários com total consentimento da família e tutores do pet. Somente o veterinário, conhecendo a situação do animal e sabendo das condições de seu estado de saúde é quem pode sugerir a eutanásia.

Conhecemos casos de tutores que chegaram a levar o animal para ser sacrificando alegando que o mesmo estava velho e não o queria mais em casa. Ao ser examinado, o animal apresentava excelentes condições de saúde, podendo viver mais um ou dois anos com paciência e cuidados adequados. Qualquer tutor que procure meios como esses para “se livrar” do animal, ou qualquer profissional que aceite sacrificar um animal sem necessidade, está sendo anti-ético e não tem o menor respeito pela vida do animal. Portanto, é necessário esclarecer que a eutanásia é um recurso de última instância e só pode ser utilizado quando todas e quaisquer providências já foram tomadas na tentativa de salvar a vida do animal.


A eutanásia pode ser sugerida pelos veterinários em animais com doenças sem cura em estado terminal. Cabe apenas aos tutores optar por realizá-la ou não.


Entendendo o que é a eutanásia

A eutanásia (do grego eu= bem, bom; thánatos=morte), popularmente conhecida como sacrifício, é o ato realizado por médicos veterinários capacitados para proporcionar ao animal com doença incurável em fase terminal, uma morte sem dor e sofrimento. O processo é realizado de forma rápida (15 a 30 minutos) onde o animal é submetido a um sono profundo por meio de anestésicos e seus sinais vitais caem lentamente até a parada cardiorespiratória, sem dor ou sofrimento. O método atual é realizado via intravenosa, ou seja, o medicamento é injetado na corrente sanguínea do animal.

Na maioria dos países, a eutanásia não é permitida em humanos por ser considerada como suicídio. No Brasil, apenas animais em condições necessárias podem ser submetidos ao procedimento. Alguns dizem que não sacrificar um animal em estado terminal que está sofrendo é um ato de egoísmo. Outros afirmam que sacrificar o animal é uma forma de rejeitá-lo durante seu sofrimento. Apesar das controversas, o recurso é bem aceito e utilizado. A decisão do tutor pode levar muito em consideração os esclarecimentos dados pelo veterinário sobre o processo, e a certificação de que é uma forma indolor de o animal tão amado se livrar de seu sofrimento e agonia.

Mas, como superar a dor da despedida? Algumas pessoas optam por adquirir outro animalzinho de estimação quando percebem que o seu já está caminhando para a velhice. Pode ser uma boa ideia se o animal que já está na residência não apresenta doenças. Caso o animalzinho já esteja doente ou muito fraco, a presença de outro animal para dividir a atenção poderá piorar seu estado. Outras pessoas preferem manter apenas um e cuidar até seu fim e após a morte de um, pensar em seu sucessor. A dor é maior nesses casos, uma vez que o vazio e a solidão pela falta do animal no local são mais profundos, mas a presença de um novo animalzinho pode ser um bom consolo.

Não existem fórmulas ou segredo para tornar o momento mais tranquilo ou menos doloroso, a questão é aprendermos a lidar com as saudades e saber que demos uma vida digna e feliz ao nosso tão amado peludo. Portanto, aproveite, brinque e curta seu animalzinho de estimação, ele merece seu amor e carinho e te fará muito feliz durante seus anos de vida. Além disso, diversas pesquisas já comprovaram que animais amados vivem mais e sofrem menos no momento do adeus.



Estatísticas mostram que o tempo de vida dos animais dobrou desde os últimos 20 anos.


Eles estão vivendo mais

É comprovado que na década de 80, quando os animais não tinham tanta qualidade de vida, se alimentavam com a mesma comida dos humanos e ficavam expostos nas ruas, a expectativa de um cão era de 9 anos e de um gato de 10. Uma década depois, com o início da humanização dos animais, esses números cresceram 12 e 14 anos, respectivamente. Atualmente, graças aos investimentos na área pet, recursos mais acessíveis, esclarecimentos e aperfeiçoamento dos conhecimentos sobre animais, cães podem chegar aos 18 anos e os gatos aos 20. Um número bastante motivador para todos nós que amamos animais!


Claro que precisamos considerar que com a longevidade, vem os problemas. Doenças características da velhice, problemas nos ossos, fraqueza, necessidade de alimentação especial, consultas mais frequentes ao veterinário, menor resistência imunológica gerando contração de doenças e recuperação mais lenta, despesas com medicamentos e tratamentos, entre outros. Mas, para quem realmente ama seu pet, estes fatores não importam desde que o peludo esteja feliz, sem sofrimento e ao nosso lado.






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