Regularmente ao falarmos sobre parafusos e porcas nos veem a cabeça assuntos relacionados à engenharia e à mecânica. Entretanto uma espécie de gorgulho utiliza essas peças na composição de sua estrutura óssea a mais de 100 milhões de anos.
A descoberta resultou de um estudo desenvolvido por biólogos do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (ANKA). Durante o processo os pesquisadores analisaram amostras, do Museu do Estado da História Natural de Karlsruhe, através de tomografias computadorizadas realizadas no Instituto de Synchrotron Radiation.
Os exames mostraram que o inseto não possuía apêndices articuladas como a maioria dos animais de sua classe. O besouro estudado apresentava uma estrutura pontiaguda que se converte em um formato espiral em direção à perna e possui uma região semelhante a uma rosca que funciona como quadril. Essas partes em conjunto permitem uma rotação dos membros posteriores em até 130 graus para trás e 90 graus para frente. Os gorgulhos ainda podem obter ângulos maiores para baixo, que servem como apoio na movimentação entre galhos e folhas.
Após a descoberta os cientistas responsáveis pelo estudo analisaram mais de 15 espécies de gorgulhos e notaram a presença das mesmas articulações em todos os besouros. Os pesquisadores alertam que está característica estrutural não faz parte da anatomia de todas as espécies de gorgulhos, pois são conhecidas mais de 50.000 no mundo.