sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ser Protetora




As vezes perco o sono pensando em que momento me tornei "protetora", não sei nem como soube dessa denominação e fiquei pensando o que nos torna diferentes das outras pessoas, o que faz com que nós, mesmo estando a mais de uma quadra de distância já enxerguemos um cão deitado na calçada e o coração já começa a apertar e pensamos: será que está doente, foi atropelado, está machucado? E conforme vamos nos aproximando vamos aquietando o coração quando percebemos que está bem, que tem coleira, que está só descansando e provavelmente dormindo na frente da sua casa ou nos afligimos definitivamente quando percebemos que está realmente mal e se passamos direto nos atormentamos, perdemos o sono quando 95 % das pessoas nem sequer vai enxergar esse animal.



O que é que nos leva a criar um cão desde pequeno, tratá-lo, cuidá-lo, amá-lo e quando enfim achamos um novo lar para ela (mais de 01 anos depois) doamos com o coração apertado, novamente perdemos o sono e quando um tempo depois vemos novamente o bichinho em seu novo lar ela nos ignora completamente e nós...ficamos felizes, pois sabemos que ela está bem, feliz, apaixonada por sua nova família e nós viramos passado (Xuxa) isso é amor incondicional!



Quando nós achamos um cantinho na nossa casa para um cão esquelético, que mal pára em pé, que está entre a vida e a morte e nos propomos a tratá-lo e damos, remédios, vitaminas, comidinha especial e no outro dia você abre o quartinho com o coração na mão achando que ele já pode ter morrido, mas lá está ele e o potinho de comida vazio...e você fica feliz...e no dia seguinte lá está ele já com a cabecinha levantada e rosnando para você...e no outro um pouco melhor você tem que enrolar a mão num pano para dar o remédio porque ele já quer te morder mas você está feliz afinal ele está reagindo e no próximo ele já está em pé a aí você tem que se enrolar inteira num pano pois ele te avança e é melhor desistir de dar o remédio e moer tudo na comida e depois de algum tempo ele já não te avança mais mas continua te detestando e rosnando para você e enfim quando ele já está bem melhor...ao final de duas semanas...e já quase totalmente recuperado.. .seu marido (que nunca deu um potinho de água) entra no quarto e o cão se encanta...segue ele por toda casa...dorme no sofá com ele e aí de você se encostar nele ou no seu marido...E você feliz da vida! ( O Bug, hoje já está a mais e um ano na família nova e é um pinscher, o que explica o temperamento).



E cheguei a conclusão que não somos diferentes de ninguém, que todos nós temos uma missão e o que nos faz diferentes é que nós encontramos a nossa. Essa força que nos levar a fazer renascer a vida que está por um fio, a enxergar o invisível, a amar de forma incondicional é um dom, um dom divino.

E sempre que me desespero, que penso em desistir...imagino como deve ser vazia a vida das pessoas que não sabem qual a sua missão nessa vida. Nós, quando estivermos velhinhas (ou mais velhinhas ainda) pelo menos teremos muitas histórias para contar e teremos a serenidade de saber que não passamos por essa vida em branco!!!!



Silmara




Silmara - Portal Educacional