Na estrada
O viajante segue seu caminho. De suas rotas, só sabe seu destino: a chegada. Não importa o quão distante seja, uma vez que a luz se faz presente. Sempre.
No meio de uma estrada algo inusitado lhe veio. Não que não esperasse, mas talvez não soubesse de sua existência. Em sua existência se fez carne e dela se fez espírito. À sua volta, o declínio por vezes se via. A humanidade lhe cedia um pouco da atenção, mas uma extensa e densa nuvem os impedia de se comunicar – pelo menos, da forma como se deveria.
E assim o viajante segue. Em meio a torres que se levantam, brotando do chão, ou em meio à pedras que insistem em rolar sobre o seu caminho, nada mancha o linho. Lindos passarinhos se põem a cantar numa orquestra desarmônica mas, que por sua liberdade, entoam a mesma música. Doces sons que se espalham pelo ar.
Sobre sua cabeça, uma coroa flamejante. Sol que o aquece, lua que lhe orienta. Das luzes, se faz luz e sobre a escuridão sua voz prevalece. Não se esquece de que um dia lá esteve embora de lá nunca tenha sido. Lembranças que retornam no vento que lhe sopra, hoje trazendo refrigério.
Sua parada era esperada - descanso certo dos viajantes. Mas, ela estava ainda mais longe. Seus pés se cansaram, seu corpo fatigara, mas seu foco o mantinha. Não que não tivesse pensado em desistir, mas dentro de si, ele queria ir. E chegar. E ir.
Lágrimas foram vistas, mas a dor se fez em alegria. Do mar, muito se extraiu. No céu, muito se viu. Dos montes se enxerga mais longe. Já dos vales, a sombra leva ao descanso, não que não seja bom, mas faz interromper a viagem interior. E da viagem se perde, suas pernas enfraquecem ao olhar para o alto.
Às vezes só. Às vezes acompanhado. Mas, a solidão dá lugar à junção. Processo certo daquele que O procura. O sentimento pleno de sua ida traduz-se pela forma eficaz de sua vinda. Ou nova ida. Mas, assim se faz.
Não que seja bom, porque o bom está para a carne. É deleitoso, pois o espírito se alimenta, enriquece, esquenta do fogo que de cima vem. E assim ele segue. Em mais um dia. Nova estadia. Talvez, amanhã seja diferente. Pode ainda ser igual a um outro dia. Quem sabe ele ainda tenha que reviver ou fechar a porta que havia deixado aberta. Ele não sabe antes, sabe durante, sabe depois.
Aumenta o seu passo. O faz confiante. Fortalece-se DELE, NELE. Mas, não lança todo o seu peso, pois reconhece que parte deste não deveria ter ido. Continua erguido nos pés já adaptados, numa musculatura mais forte, que o permitirá ir além.
Linda e surpreendente viagem ao além.
Que ELE seja contigo e em ti, hoje e em todos os teus dias!
Isaac Yedidyah
F.I.M. – Fraternidade de Iluminadores do Mundo
Que o ALTÍSSIMO seja contigo e em ti, hoje e em todos os teus dias!
F.I.M. - Fraternidade de Iluminadores do Mundo